Comitê de Gerenciamento Bacia Hidrográfica do 

Rio Tubarão e Complexo Lagunar

Comitê Tubarão debate estudo para projeto de recuperação do Complexo Lagunar Destaque

12/11/2024

Encontro virtual reuniu representantes do Instituto Ciano, responsável pelo estudo, assim como da Amurel e de outras entidades da região

 

O Comitê de Gerenciamento Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão, do Complexo Lagunar e Bacias Contíguas, juntamente com a Associação dos Municípios da Região de Laguna (AMUREL) e entidades da região, debateu em reunião virtual nessa segunda-feira, 11, o escopo de estudo a ser realizado pelo Instituto Ciano, que visa à recuperação ambiental do Complexo Lagunar. O encontro foi coordenado pelo diretor executivo da AMUREL, Celso Heidemann, que é membro suplente no Comitê. A proposta apresentada é voltada ao setor que compreende inicialmente as lagunas de Santo Antônio dos Anjos, em Laguna, e de Imaruí e Mirim, nos municípios de Imaruí e Imbituba.


O Instituto Ciano é composto por uma equipe multidisciplinar de professores e pesquisadores egressos da UFSC, atuando em parceria com os departamentos de Engenharia Mecânica, Engenharia de Materiais, Engenharia Sanitária e Ambiental, Biologia e Oceanografia. Seu objetivo é conectar o conhecimento gerado pela universidade, visando atender diretamente às necessidades de instituições e empresas, principalmente nas áreas Ambiental, Naval e Oceânica.


A proposta de estudo apresentada na reunião tem como escopo a realização de uma modelagem hidrodinâmica de intervenção sistêmica para futura recuperação ambiental para o Sistema Lagunar. E, entre os objetivos do estudo para o sistema lagunar, pretende-se fazer caracterização e batimetrias; caracterização hidrológica das Bacias Hidrográficas que drenam para o sistema; campanhas de amostragem de monitoramento de nível; construção de um modelo hidrodinâmico e análise de cenários de intervenção e seus potenciais efeitos nos padrões de mistura de água marinha e fluvial.


Diante da apresentação da proposta inicial pelo Instituto Ciano, o Comitê foi contatado pela AMUREL para análise do estudo e apoio técnico na proposição de eventuais complementações, que foram acatadas e apresentadas na reunião desta segunda. Na sugestão de incremento à proposta inicial – feita pelo Comitê, acatada pelas entidades e entendida pela Ciano como importantes para robustez do estudo – estão os seguintes tópicos: batimetria com maior resolução, expansão para as lagoas ao sul do complexo, aumento das campanhas para medições de salinidade, e aumento o período das medições de vazões dos corpos hídricos.


“A iniciativa é importante para conhecermos o comportamento dessas lagoas e, a partir desse estudo, buscarmos licenciamento de projetos para termos intervenções no Complexo Lagunar. Essa ação representa um avanço na colaboração intersetorial, promovendo a conservação de um patrimônio natural de grande importância ecológica, social e econômica para a região”, enfatiza o presidente do Comitê, Woimer José Back.


A execução se dará em etapas e a primeira, que trata do “Aprimoramento do levantamento hidrológico”, deverá ter execução imediata, uma vez que articulações com o Governo do Estado para viabilização de recursos já estão em andamento pela AMUREL e FACISC, esta última por meio do Comitê das Águas. Na sequência, serão prospectados mais recursos para a execução dos demais módulos.

Benefícios esperados
O estudo fornecerá benefícios importantes, além do avanço científico, tais como o monitoramento para apoio da gestão ambiental; subsídios para ações de restauração ambiental do sistema lagunar e para ações que colaborem com o desenvolvimento de práticas sustentáveis, que garantam benefícios econômicos e a continuidade dessas atividades de pesca de forma equilibrada com a proteção ambiental. Além disso, também colabora com as relações intersetoriais entre as prefeituras, as universidades, a sociedade civil e os órgãos ambientais para gestão eficiente do ecossistema.

Participação intersetorial
Representando o Comitê, além do presidente, participaram da reunião o vice-presidente e representante da Amurel, Patrício Fileti; o secretário executivo, Rafael Marques, que representa o Sindicato Rural de Tubarão; e a técnica em gestão hídrica do ProFor Águas Unesc, que presta suporte ao órgão, Mhaiandry Mathias. Ainda, o vice-presidente da Regional Sul da FACISC, Pedro Kuzniecow; e o membro do Comitê representando a Associação Empresarial de Imbituba (ACIM), Yuri Kuzniecow, que também atua na recuperação e prevenção do Complexo Lagunar.


Por fim, também acompanharam os debates os integrantes do Instituto Ciano, o diretor executivo Alejandro Donnangelo e o diretor de projeto, Victor Eduardo Cury Silva.

Sobre o Complexo Lagunar
O Complexo Lagunar Sul pode ser dividido em dois grandes setores, que sofrem influência direta do Rio Tubarão e Rio D’Una. O primeiro compreende as lagoas de Santa Marta, do Camacho e Garopaba do Sul, enquanto o segundo, as lagunas de Santo Antônio dos Anjos, em Laguna, do Imaruí e Mirim, abrangendo os municípios de Imaruí e Imbituba. Neste cenário, possui grande importância social e ecológica para a bacia hidrográfica, desempenhando um papel crucial no ecossistema costeiro da região Sul do Estado.


Conecta-se com o Oceano Atlântico por meio de um canal estreito, permitindo uma troca contínua de água e nutrientes entre os ambientes marinho e lacustre, possuindo uma rica biodiversidade, que serve de habitat essencial para diversas espécies de peixes, aves aquáticas e vegetação nativa e contribui para a saúde ambiental, além da importância econômica, sociais e cultural da região.


Ao longo das décadas, o Complexo Lagunar sofreu grandes impactos decorrentes da ação antrópica, uso e ocupação do solo e de padrões meteorológicos e oceanográficos da região, como precipitação, maré e ventos, que influenciam na dinâmica de transporte e sedimentação. Tal processo reduz e modifica espacial e temporalmente a qualidade da água e a sua circulação, além de aumentar os processos de eutrofização e assoreamento do sistema.

          

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