Comitê de Gerenciamento Bacia Hidrográfica do 

Rio Tubarão e Complexo Lagunar

XV Seminário da Enchente de 1974 evidencia necessidade por soluções para as cheias em Tubarão Destaque

25/03/2024

Evento marcou os 50 anos de uma das maiores enchentes e tragédias do Sul catarinense.

 

Em um evento prestigiado por lideranças políticas e sociedade civil, o XV Seminário da Enchente de 1974 relembrou os 50 anos da tragédia, reforçando o apelo pela redragagem do Rio Tubarão, entre outros projetos e ações preventivas que visem minimizar os impactos das cheias na região. O encontro aconteceu na sede da Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel) na manhã desta segunda-feira, 25, com importantes debates e pronunciamentos acerca da temática.

O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão, do Complexo Lagunar e Bacias Contíguas foi uma das entidades engajadas na organização do seminário. De acordo com o presidente do órgão, Woimer José Back, além da redragagem do Rio Tubarão, é preciso que também haja a implantação efetiva de projetos de prevenção e mitigação dos impactos das cheias em momentos críticos e o trabalho em conjunto com os municípios, para estimular a implementação de defesas civis.

Entre as ações citadas por Back para a Bacia do Rio Tubarão e Complexo Lagunar, estão a realização de campanhas de conscientização de recomposição de matas ciliares, áreas de preservação permanentes, recuperação e proteção de nascentes; a criação de uma lei que viabilize a remuneração pela produção de águas; a determinação que todas as novas estruturas respeitem as alturas e volumes das cheias já ocorridas; o incentivo à recuperação e manutenção de áreas degradadas; a realização de campanhas de conscientização para a correta destinação dos resíduos sólidos e esgotos; entre outras.

“É um trabalho muito importante, que toda a bacia precisa se envolver. Lutamos pela redragagem, mas todas essas ações extras são extremamente necessárias para evitarmos que daqui a algumas décadas, precisemos realizar outro desassoreamento”, alertou o presidente do Comitê.

Na mesma linha, o coordenador da Comissão de Acompanhamento dos Projetos de Contenção de Cheias, Claudemir Souza dos Santos, trouxe a atualização da situação do pleito principal, o da redragagem do Rio Tubarão. “A comissão faz esse trabalho de acompanhamento, não vamos parar de fazer. A natureza não faz acordo conosco, então como diz o lema da Defesa Civil, se a gente não pode mudar o passado, temos que prevenir o futuro”, ressaltou.

O seminário

Conforme o coordenador do seminário, professor e vereador Maurício da Silva, o encontro torna-se uma grande oportunidade para se reverenciar as vítimas mortas na tragédia e seguir agradecendo às pessoas que atuaram nos trabalhos de socorro do momento fatídico. “Além disso, é momento de envidar esforços para que outra tragédia do tipo não aconteça. Por este motivo, a ênfase do seminário é reforçar que mantenhamos o foco na atualização dos projetos de redragagem do Rio Tubarão”, evidenciou, durante o pronunciamento de abertura do seminário.

Entre as apresentações realizadas durante a manhã, destaca-se também o alerta do histórico das inundações do Rio Tubarão, realizado pelo secretário executivo do Comitê Tubarão e Completo Lagunar, o engenheiro Rafael Marques, que também apresentou um projeto de Monitoramento da Bacia, inicialmente com quatro estações de medição limnimétricas (nível do rio) e pluviométrica (chuva), e com perspectiva de incremento de mais seis estações. A etapa inicial assegurada pela Agência Reguladora de Saneamento de Tubarão, e a etapa seguinte sendo encaminhada pela AMUREL, que irá verificar os estudos posteriormente e disponibilizar para entidades e comunidade de forma geral.

Na sequência, foram abordadas outras temáticas, como o Plano de Contingência do Município de Tubarão, explanado pelo secretário de Proteção e Defesa Civil do município, Diego Goulart, e sua equipe; e a contribuição da AGR-Tubarão - evidenciada pela sua superintendente geral interina, Madelon Rebelo Peters - para minimização de inundações e alagamentos, por meio de uma apresentação do engenheiro civil Luis Beduschi, coordenador do grupo permanente de trabalho contratado para atualização e operacionalização de ações não estruturais do Plano Municipal de Macrodrenagem de Tubarão.

Os projetos necessários

Representando o Governo do Estado, o diretor de Integração de Modais da Secretaria de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Ivan Amaral, trouxe informações técnicas a respeito dos dois projetos necessários: o de atualização para redragagem do Rio Tubarão e o voltado para derrocagem e dragagem na Barra de Laguna.

“Precisamos ter os projetos para saber o valor exato da obra e, então, ir atrás de recursos. A equipe técnica já está com tudo montado para deflagrar o processo, mas depende de orçamento. A ideia, se tiver orçamento, é estar com os editais atualizados e lançados até o fim de maio”, afirmou Amaral.

Prestígio de lideranças

Entre as lideranças políticas que prestigiaram o seminário, estiveram os deputados estaduais Pepê Colaço e Estêner Soratto da Silva Júnior. “Estamos frequentemente tratando da redragagem do Rio Tubarão na Assembleia Legislativa, em um movimento para que o projeto possa ser atualizado. A bancada do Sul na Alesc, inclusive, já pauta essa questão como uma das principais demandas do Sul do Estado”, argumentou Colaço.

Segundo Soratto, o assunto tem sido pauta constante de inúmeras reuniões. “Já conseguimos avançar, principalmente na questão da atualização do projeto e da inclusão da redragagem do Rio Tubarão no plano de prevenção e mitigação de prejuízos causados pelas cheias e enchentes, que deve ser lançado até o fim de abril pelo Governo do Estado. No entanto, é importante ressaltarmos que os danos na nossa cidade, nós não vamos mitigar somente com a redragagem, por isso, temos também que executar outras obras que podem reduzir prejuízos e salvar vidas”, completou.

Participou do evento, ainda, o vice-presidente do Comitê Tubarão e Complexo Lagunar, Patrício Higino de Mendonça Fileti, que foi responsável pelos encaminhamentos preliminares e durante o evento, tornando viável a realização do seminário com o apoio da AMUREL. Assim como marcaram presença, também, diversas outras lideranças do município e região, e membros do ProFor Águas Unesc, a equipe da Entidade Executiva que presta suporte ao Comitê, com coordenação geral do professor doutor Carlyle Torres Bezerra de Menezes.

“Além do momento do resgate histórico, importantes iniciativas foram apresentadas, com sugestão de ações e proposição de projetos, e discussão sobre as medidas necessárias foram debatidas, sendo os estudos e as medidas estruturais e não estruturais de fundamental importância. Neste sentido, a UNESC enquanto Entidade Executiva junto ao Comitê Tubarão e Complexo Lagunar, por meio do ProFor Águas, e também demais professores e profissionais de outros setores da instituição, se coloca à disposição para contribuir com este importante movimento, na busca de soluções, de maneira que tragédias deste tipo não se repitam mais”, acrescenta Menezes.

A enchente de 1974

O dia 24 de março de 1974 ficou na história de Tubarão, por conta da maior enchente do século XX registrada no município. Diante da quantidade de chuva, os rios transbordaram e a água tomou conta da cidade e invadiu empresas, comércios e residências. Muitas pessoas, inclusive, precisaram se abrigar nos telhados das casas em busca de resgate e, infelizmente, a tragédia deixou inúmeras vítimas.

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