Em formação com saída de campo, integrantes do órgão visitaram pontos estratégicos do principal rio da bacia
Vivenciar, na teoria e na prática, um olhar estratégico para o Rio Urussanga: foi com esse objetivo que o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Urussanga promoveu sua última capacitação do ano nessa semana. Seguindo a temática “Monitoramento e Diagnóstico da Qualidade da Água”, a formação contou com um debate teórico inicial, seguido por uma saída de campo, que proporcionou aos participantes da formação, a visita in loco em pontos estratégicos do principal rio da bacia.
Para o vice-presidente do Comitê Urussanga, Fernando Damian Preve Filho, a capacitação foi muito proveitosa, uma vez que oportunizou ao grupo de entidades que participam do órgão uma clareza maior da situação do rio. “As informações repassadas conseguiram mostrar a dimensão do problema relacionado à água dentro da Bacia do Rio Urussanga. A parte sobre coleta e amostragem foi muito importante neste sentido, porque conseguiu mostrar aos participantes que os resultados de monitoramentos sobre as águas do Rio Urussanga revelam o tamanho do impacto causado pela intervenção humana, enquanto mineração, na região. E quando avaliamos o impacto atual decorrente dessa intervenção humana, conseguimos ter uma visão melhor do quanto não será fácil para diminuir ou mitigar os problemas decorrentes dessa situação”, ressaltou.
Outro ponto de destaque, conforme o vice-presidente do Comitê, foi o fato de a capacitação ter oportunizado que os participantes relembrassem a situação envolvendo a bacia de captação de água para abastecimento urbano de Urussanga, que por conta da condição imposta pelo carvão, acontece exclusivamente em um único refúgio, em parte do Rio Barro Vermelho. “É deste ponto que vem praticamente todo o abastecimento urbano de Urussanga e, ainda hoje, não se materializou a preocupação necessária com esse bem precioso. É preciso que mais entidades-membro tenham conhecimento da importância deste ponto, para que a partir dessa sensibilização, seja possível avançar nas questões relacionadas à reservação e cuidado com essa bacia de captação”, completou.
Palestrantes
A capacitação foi conduzida por dois palestrantes, o coordenador geral do ProFor Águas e coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Unesc, pesquisador e prof. doutor Carlyle Torres Bezerra de Menezes, e o engenheiro ambiental Ives Fiegenbaum, integrante da equipe técnica do Iparque - Parque Científico e Tecnológico da Unesc.
Conforme Menezes, a qualidade da água reflete o equilíbrio ambiental e a eficiência no uso dos recursos hídricos, sendo essencial para a sustentabilidade e a gestão das bacias hidrográficas. “Está neste ponto a importância de abordarmos essa temática em um momento de capacitação. Como objetivo principal, a formação visou capacitar os participantes para que estes possam interpretar e compreender os dados de monitoramento e o diagnóstico de qualidade da água, alinhando as suas ações aos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos. Além de contribuir para a proposição de um monitoramento participativo e comunitário, em um processo de sensibilização e educação ambiental”, avaliou.
A apresentação do coordenador geral do ProFor Águas Unesc ainda abordou os parâmetros físico-químicos, biológicos e bacteriológicos do Rio Urussanga, bem como discutiu a respeito da importância de cada parâmetro para a avaliação da saúde do rio, ao falar sobre a situação atual da qualidade da água que corre no seu leito.
Além disso, Fiegenbaum explanou acerca da amostragem da água superficial e dos equipamentos utilizados em campo. “Buscamos obter informações sobre a qualidade da água nos diferentes usos, bem como identificar os possíveis impactos ambientais decorrentes das fontes de poluição, pontuais e/ou difusas, que possam contribuir com a possível alteração da qualidade natural do meio. Permitindo assim, a tomada de medidas preventivas e corretivas para preservar os recursos hídricos”, completou o engenheiro ambiental.
Saída de campo
Após os debates teóricos, a saída de campo percorreu pontos na Bacia do Rio Urussanga, levantando abordagens acerca de dados históricos e contextualização sobre a atual situação do manancial. A visita técnica iniciou na Cachoeira Vale dos Figos, uma área preservada, exemplo de conservação ambiental, e seguiu um percurso por diversos trechos, incluindo o da localidade de Rio Carvão Baixo, entre outros.