O mês de setembro marca um ciclo importante para o Comitê Tijucas e Biguaçu. Há 23 anos, um grupo formado por pesquisadores, voluntários, representantes de entidades civis e empresariais, dava início ao Comitê Tijucas e Biguaçu. A data oficial de criação do Comitê é no dia 4 de setembro de 2001, mas a criação do grupo já era debatida e aguardada há muito tempo.
Na época, diversos desafios ambientais eram observados no Vale do Rio Tijucas, desde a extração de argila e saibro sem licenciamento ambiental, até o desmatamento de grandes áreas de mata nativa. Além disso, o assoreamento dos rios e problemas na qualidade da água, eram comuns na região.
A partir do trabalho conjunto, inspirado no movimento crescente de consciência ambiental e formação dos Comitês de Bacia Hidrográfica em Santa Catarina, foi criado o Comitê Tijucas, que inicialmente não contemplava o Rio Biguaçu.
Os primeiros anos foram marcados pela estruturação do grupo, com a definição das entidades-membro, regimento interno, trabalho voluntário e a busca por recursos financeiros para realização de estudos técnicos. Em paralelo, foram realizadas as primeiras atividades na região, com o lançamento do Pré-Diagnóstico da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas e a primeira capacitação aos membros sobre reconhecimento do território. Ao longo dos anos, o Comitê ganhou força e a adesão de voluntários e entidades.
Um dos grandes destaques desse período foi a criação da Entidade Executiva ACAT, Associação Caminho das Águas do Tijucas, em 2008, que atuou no apoio técnico, financeiro e administrativo ao Comitê durante 10 anos. Já em 2023, o Instituto Água Conecta assumiu como nova Entidade Executiva.
Marcos e reconhecimentos do Comitê Tijucas e Biguaçu
Durante esses 23 anos, o Comitê Tijucas e Biguaçu realizou inúmeras ações, com o desenvolvimento de importantes projetos de educação ambiental, recuperação de áreas nativas e estudos técnicos essenciais para a área. Um grande marco é o Pacto da Mata Ciliar, que, em 2015, recebeu uma certificação no Banco de Tecnologias Sociais do Banco do Brasil, e em 2016, uma Certificação da ONU, de reconhecimento das ações realizadas para recuperação de áreas degradadas de mata ciliar na região.
O Comitê Tijucas e Biguaçu também atuou na mediação de conflitos hídricos locais, como no abastecimento público de água na Bacia do Rio Perequê, e ainda no conflito da extração de areia em leito de rio no Vale do Rio Tijucas.
Outro marco importante são os estudos técnicos sobre a Bacia Hidrográfica, com o Diagnóstico da Bacia Hidrográfica, sensoriamento remoto, a elaboração do Plano de Recursos Hídricos, e mais recentemente com o Enquadramento dos Corpos Hídricos em Classes de Uso.
Sem dúvidas, todos os resultados, marcos e reconhecimentos do Comitê Tijucas e Biguaçu, são frutos do trabalho e dedicação de cada representante de diferentes entidades e segmentos, bem como o trabalho voluntário de diferentes atores. Em especial, agradecemos a atuação de três membros, que estiveram a frente do Comitê por muito tempo e que, infelizmente, tiveram a sua jornada abreviada: Djalma Silva Bittencourt (1948-2019), Adalto Gomes (1965-2023) e Geni Hack Cardoso (1942-2021).
Histórico Completo do Comitê Tijucas e Biguaçu
Aproveitamos este mês para celebrar todas as conquistas e trabalho realizado pelo Comitê Tijucas e Biguaçu, e parabenizar todos os membros que são parte dessa história. O Comitê só pode gerar frutos pelo trabalho e engajamento de cada organização-membro!
E para honrar toda a história e trajetória do Comitê, reunimos os principais fatos e acontecimentos registrados nesses mais de 20 anos, a partir de fotos, relatos e informações de membros, em um Histórico Completo! O material está disponível no link a seguir: Histórico Comitê Tijucas e Biguaçu (aguas.sc.gov.br)
Confira e compartilhe conosco outras lembranças e mensagens sobre a importância do Comitê para a região!