O ano de 2025 promete ser de grandes desafios para os prefeitos do Alto Uruguai Catarinense. Um dos temas que mais inquietam os gestores públicos é a contenção das enchentes e enxurradas. O Comitê Jacutinga, que mantém uma atuação destacada na gestão dos recursos hídricos, acompanha com atenção os desdobramentos e medidas dos órgãos governamentais com a finalidade de mitigar os riscos dos efeitos do excesso de chuva. O presidente da AMAUC (Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense) e prefeito de Peritiba, Paulo Deitos, lembra que 2024 ocorreram períodos de chuvas intensas, enxurradas e alagamentos, que afetaram principalmente as estradas da região. "Foi um ano bem difícil, com muitas despesas para a recuperação dos danos", contou.
O ano de 2024 foi marcado por uma série de acontecimentos provocados pelo excesso de chuva na região de abrangência do Comitê Jacutinga. Em Concórdia, cidade polo, houve registros de alagamentos nas ruas centrais da cidade, trazendo prejuízos para moradores, comerciantes e empresários. Para buscar conter esses prejuízos, o Município encaminhou ainda no ano passado a abertura de um processo de licitação para a construção da segunda barragem de contenção. A nova administração municipal, que assumiu neste ano, deverá dar continuidade às tratativas. Além disso, as estradas do interior foram duramente castigadas, dificultando o escoamento da produção.
Nas rodovias, quedas de barreiras, vegetação na pista e pavimentações asfálticas danificadas trouxeram grandes problemas para as comunidades. Algumas vias chegaram a ser interditadas, resultando em enormes transtornos para todos os usuários. O setor agropecuário, que é o sustentáculo da economia regional, também foi substancialmente prejudicado. Todas essas situações geram uma grande apreensão nos prefeitos, exigindo medidas emergenciais para que esses danos sejam minimizados ou até mesmo evitados. Com isso, os gestores terão o desafio de buscarem um amplo planejamento para o enfrentamento dessas catástrofes naturais.
Nesse contexto, o Comitê Jacutinga recebeu um convite da Promotoria de Justiça de Concórdia para discutir o Plano de Prevenção de Enchentes do município. No dia 21 de outubro de 2024, o presidente do Comitê, Janiel Giron, participou de uma reunião com a promotora de justiça Roberta Seitenfuss, na qual foi apresentado o Plano de Prevenção de Enchentes de Concórdia, elaborado em 2008. Durante o encontro, a promotora solicitou ao Comitê, dentro de sua atribuição consultiva, uma avaliação técnica do documento e sugestões de melhorias.
A partir dessa solicitação, o Comitê incluiu o tema nas discussões de suas reuniões mensais da Câmara Técnica Permanente para Assuntos Institucionais e Administrativos (CTAIA). O objetivo é reunir contribuições dos membros e parceiros técnicos para fornecer um parecer qualificado à Promotoria sobre possíveis atualizações e aprimoramentos do plano, considerando o cenário hídrico atual e as novas necessidades da região. Além da avaliação do Plano de Prevenção de Enchentes, o Comitê segue acompanhando de perto outras iniciativas voltadas à contenção de cheias e à mitigação dos impactos das chuvas na bacia hidrográfica.
Conforme o presidente da AMAUC, as prefeituras já estão trabalhando em projetos de contenção de cheias, prevenção de enxurradas e outras consequências decorrentes dos períodos excessivos de chuva. A intenção é intensificar esses esforços, planejando ações, buscando recursos e executando obras estruturantes, todas com uma visão de longo prazo, já que a tendência é de que a incidência de desastres naturais aumente com o passar dos anos. Um exemplo claro dos efeitos causados pela chuva em excesso foram as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, deixando profundos rastros de destruição e ceifando muitas vidas. Os fatídicos episódios que afetaram os gaúchos servem de lição e exigem um posicionamento forte e eficiente dos governos e da sociedade para que essas tragédias sejam evitadas.