Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do Estado de Santa Catarina

O Parque está localizado na parte mais alta de Santa Catarina, entre 350 e 1822 metros acima do nível do mar, abrangendo os municípios de Urubici, Orleans, Bom Jardim da Serra e Grão-Pará. Esta Unidade de Conservação protege complexos vegetacionais importantes e espécies da fauna e da flora ameaçados de extinção, tais como o leão-baio o papagaio-charão o urubu-rei, o xaxim e a araucária. Além de constituir uma zona importante para a recarga do Aqüífero Guarani.

Após percorrem vários locais do Parque, o grupo se deslocou até a Serra do Corvo Branco a 1150 metros de altitude, onde existe o maior corte em rocha arenítica no Brasil, com 90 metros de altura. Nesse local, ressalta o professor Daniel, “é possível visualizar o fenômeno do Aquífero Guarani”, ele pede que o grupo observe do lado esquerdo que o paredão rochoso está úmido e que no lado direito está seco. Lembra que o fenômeno ocorre por causa da inclinação geral no sentido leste-oeste na formação rochosa do arenito Botucatu, que é a rocha sedimentar formadora do Aquífero Guarani. A área do Aquífero é de 1,2 milhões de Km² e sua espessura média fica entre 200 a 800 metros. Sua porosidade está em torno de 17%, onde a água se aloja e se movimenta até descarregar no Rio Paraná. Esta formação rochosa quando aflora, constitui a zona de recarga do Aquífero Guarani.

Outro ponto visitado foi uma área de várzea do rio Canoas em Urubici, de onde é possível avistar a Pedra d’ Águia que se trata de uma formação de arenito cujo contorno se assemelha ao desenho de uma águia com as asas abertas. Nesse momento foi possível descansar, olhar a belíssima paisagem ao redor e se refrescar nas águas do rio.

Na terça-feira (11/10) o grupo se encontrou na Prefeitura Municipal de Ponte Alta onde o professor Daniel pode mostrar através de mapas a área de abrangência do aquífero e as áreas de relevante importância para a conservação situadas na bacia do Canoas. Após a explanação foi realizada visita nas áreas de afloramento do Aquífero Guarani no município de Ponte Alta com acompanhamento de representantes do Corpo de Bombeiros de Curitibanos da Policia Militar Ambiental. Navegando sobre o rio foi possível observar as margens formadas por arenito. “A gestão das águas subterrâneas tem que ser focada no sentido de preservar as águas em quantidade e qualidade dos aqüíferos livres, esses aqüíferos possuem uma recarga relativamente mais rápida. Se conseguirmos fazer uma gestão eficiente desse recurso vamos garantir uma vida longa ao Sistema Aqüífero Guarani” ressalta o professor.

Uma avaliação final foi feita em Lages, onde todos puderam falar sobre a experiência que tiveram. A experiência foi muito positiva, incrível, adverte o secretário executivo João Maria Teles, “isso aumenta mais ainda o nosso compromisso, temos que de alguma forma mostrar para todos aqueles que pertencem a bacia do rio Canoas a importância de sua preservação”.

Essa iniciativa contou com membros do Comitê e o apoio do professor Daniel que entende a expedição como uma oportunidade para pensar as potencialidades da bacia hidrográfica, discutir encaminhamentos para propiciar às comunidades da região a oportunidade de refletir sobre a riqueza histórico-cultural da bacia. E destaca ainda que o grupo deverá levar alunos, professores e autoridades para mostrar as riquezas naturais que possui a bacia hidrográfica do rio Canoas.