O SEMINÁRIO A Água nos Une, o Clima nos Move - Diagnóstico, estratégias e soluções para as bacias dos rios Araranguá, Mampituba e Urussanga foi uma realização conjunta dos Comitês de Bacia dos rios Araranguá, Mampituba e Urussanga, com apoio técnico de instituições públicas e pesquisadores comprometidos com a construção coletiva de soluções frente à crise climática e hídrica.
O Ciclo 1 do Seminário, ocorrido em 26 de maio de 2025, promoveu um espaço de análise técnico-científica e de diálogo institucional sobre os desafios da gestão hídrica frente às mudanças climáticas, com foco nas realidades urbanas e rurais das bacias hidrográficas do Sul catarinense. As discussões foram organizadas em dois painéis temáticos:
Painel 1 – A água no meio urbano: desafios e perspectivas
O primeiro painel abordou os impactos da urbanização e da exploração mineral sobre os recursos hídricos, enfatizando a necessidade de reestruturação das cidades a partir da lógica fluvial e contou com os/as seguintes painelistas:
Prof. Dr. William Sant’Ana (SATC) apresentou o diagnóstico socioambiental da bacia urbana do rio Criciúma, destacando:
O Ciclo 1 do Seminário, ocorrido em 26 de maio de 2025, promoveu um espaço de análise técnico-científica e de diálogo institucional sobre os desafios da gestão hídrica frente às mudanças climáticas, com foco nas realidades urbanas e rurais das bacias hidrográficas do Sul catarinense. As discussões foram organizadas em dois painéis temáticos:
Painel 1 – A água no meio urbano: desafios e perspectivas
O primeiro painel abordou os impactos da urbanização e da exploração mineral sobre os recursos hídricos, enfatizando a necessidade de reestruturação das cidades a partir da lógica fluvial e contou com os/as seguintes painelistas:
Prof. Dr. William Sant’Ana (SATC) apresentou o diagnóstico socioambiental da bacia urbana do rio Criciúma, destacando:
- mais de 2.000 edificações sobre cursos d’água canalizados
- ocupações irregulares em APPs e áreas de risco
- a necessidade de definição técnica e jurídica de APPs urbanas por meio de critérios ambientais, sociais e legais
Me. Engª Ambiental Sabrina Cadorin discutiu as limitações da base de dados hidrológicos na região, com ênfase em:
- ausência de séries históricas confiáveis
- cobertura geográfica deficiente
- a importância da regionalização de vazões para outorga, licenciamento e planejamento
Prof. Dr. Guilherme Marques (UFRGS) defendeu a integração entre ocupação do solo e planejamento hidrológico:
- alertou para a negligência das variáveis hidrológicas no planejamento urbano
- propôs o uso de modelagens, simulações e análises de custo-benefício socioambiental como base para decisões técnicas
Painel 2 – A água no meio rural: sustentabilidade e práticas
O segundo painel evidenciou a centralidade do meio rural na gestão das águas, com relatos de experiências que articulam conservação ambiental, planejamento participativo e presença institucional nos territórios e contou com os/as seguintes painelistas:
Extensionista Aline Hahn Fernandes (EPAGRI) compartilhou experiências extensionistas com agricultores familiares, enfatizando:
- diálogo técnico e escuta qualificada
- mobilização comunitária em torno da conservação do solo e da água
- o êxito de práticas sustentáveis implementadas com base na realidade local
Me. geólogo Maurício Fenilli (DMACRI) problematizou o isolamento das nascentes em propriedades privadas e defendeu:
- uma releitura do território rural, considerando a água como bem comum
- estratégias de reconexão entre paisagem, sociedade e ciclos hidrológicos
Ma. Engª Florestal Karine Höller apresentou ações concretas de implementação territorial dos Planos de Bacia, com destaque para:
- Projeto de Planejamento Ambiental das Propriedades Rurais (diagnóstico de uso do solo e manejo)
- Projeto de Proteção e Recuperação de Nascentes (cercamento, educação ambiental e sensibilização)
- Acompanhamento técnico ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) (regularização e recomposição de APPs e RLs)
- Grupos de trabalho territoriais e ações de pós-plano (mobilização permanente e execução de diretrizes)
- Educação Ambiental Territorializada (formações com escolas, agricultores e técnicos)
Esse Ciclo 1 do seminário constituiu um chamado à urgência e à responsabilidade coletiva: é preciso interromper a lógica de invisibilização dos corpos hídricos e cessar o adiamento de decisões estruturantes. Repensar o ordenamento urbano e o uso do solo, sob a ótica das bacias hidrográficas que sustentam a vida nas cidades e no campo, exige a incorporação de variáveis hidrológicas nos processos decisórios, a valorização de dados técnicos confiáveis, e o reconhecimento da água como bem comum, transversal à justiça ambiental, à resiliência climática e à sustentabilidade territorial.
Por fim, cabe destacar que esse evento foi possível porque houve a união de 3 presidentes para tratar de um assunto tão importante: água - Eliandra Gomes Marques (CBH Araranguá-Mampituba SC), Lara Possamai Wessler (CBH Urussanga SC) e Maria Elisabeth da Rocha (CBH Mampituba RS).
