O município de Angelina, localizado na Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas, receberá uma nova etapa do Pacto da Mata Ciliar desenvolvido pelo Comitê Tijucas e Biguaçu. O projeto prevê o plantio de mais de 4500 mudas na região ao longo do segundo semestre de 2024, que beneficiará famílias que possuam propriedades com áreas degradadas ou com risco de deslizamento em regiões de mata ciliar. A iniciativa será desenvolvida com apoio da Prefeitura de Angelina, Epagri, Sindicato de Trabalhadores Rurais de Angelina e do Comitê Tijucas e Biguaçu, com execução do Instituto Água Conecta e patrocínio da empresa Elera Renováveis, proprietária da PCH Angelina.
As áreas contempladas nessa etapa do projeto vão desde a região central de Angelina, até a comunidade de Coqueiros, onde serão selecionadas as famílias para a realização do plantio das mudas. Na escolha, serão priorizadas as áreas mais afetadas pelas chuvas na região que apresentam maior risco de deslizamento ou casos de erosão. Isso porque as matas ciliares são responsáveis por reter a água da chuva e minimizar tais eventos de degradação.
Além do plantio, serão realizadas melhorias na estufa de produção de mudas florestais do município, com a implantação de sistemas de irrigação automatizada. No local, serão armazenadas as mudas de diversas espécies nativas pioneiras como araçá, ingá, aroeira, e várias outras.
Até então, as ações do Pacto da Mata Ciliar, realizado há 13 anos nas Bacias Hidrográficas dos Rios Tijucas e Biguaçu, contavam com o apoio de viveiros para armazenamento e aclimatação das mudas recebidas de doações, somente na região jusante da bacia hidrográfica, mais próximo do litoral, dificultando o transporte das mudas para as áreas mais a montante. Com o apoio da Prefeitura de Angelina e o armazenamento local, a realização do Pacto da Mata Ciliar será facilitada na região.
Nas próximas semanas, estão previstas ações de sensibilização nas escolas e nos bairros sobre a importância do plantio, cadastro de proprietários interessados na recuperação das áreas e doação das mudas.
Angelina possui 34,8% de mata ciliares degradadas
No início de 2024, o Instituto Água Conecta, junto ao Comitê Tijucas e Biguaçu, publicou um estudo sobre as Áreas de Preservação Permanente (APPs) fluviais nas Bacias Hidrográficas do Rio Tijucas, do Rio Biguaçu e bacias contíguas. A partir dos dados levantados, identificou-se que todos os municípios da região estão em desacordo com a legislação ambiental, com um total de 42,6% de degradação das APPs em matas ciliares.
Em Angelina, que tem uma área total de 501,8 km², cerca de 34,8% das áreas de mata ciliar estão antropizadas, isto é, com algum tipo de degradação por atividade humana. Dessa área antropizada, 1,8% possuem edificações irregulares, o restante, são áreas mais fáceis e passíveis de recuperação.
As matas ciliares desempenham um importante papel nas margens dos cursos d’água e ao redor das nascentes, evitando e controlando casos de erosão, processos de assoreamento e enchentes. As árvores reduzem a velocidade de escoamento da água e auxiliam na infiltração no solo, além de filtrar poluentes, sedimentos, agrotóxicos, adubos e lixo que poderiam chegar aos rios. Preservar e recuperar as matas ciliares nas propriedades rurais em Angelina é essencial para evitar novas enchentes e perda de terras nas propriedades, bem como preservar a qualidade das águas.
Serviço
Os proprietários rurais do município de Angelina e região que tiverem interesse em recuperar áreas degradadas de mata ciliar, podem entrar em contato com Janicio de Souza no tel. (48) 9667-0198, ou com a Coordenadora Técnica do projeto, Cíntia Hoffer, no tel. (49) 91710402, ou ainda, pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. .
