Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do Estado de Santa Catarina

Nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, as escolas EMEIEF Marechal Arthur da Costa e Silva e EMEIEF Juscelino Kubitschek de Oliveira, em São Miguel do Oeste, receberam apresentações especiais do projeto Música em Circuito, que resultou no disco Katu Karu. As sessões, realizadas nos turnos matutino e vespertino, emocionaram alunos e professores ao conectar música, história e conscientização ambiental.

Durante o evento, os músicos Gus Ribeiro e Jess Lang, do duo Space Cat Beats, apresentaram o mini documentário que registra o processo de criação do EP Katu Karu. O filme explora os bastidores das gravações e a inspiração por trás das faixas, que homenageiam os rios Peperi-guaçu, Camboim e Guamirim. Além da exibição, os artistas conduziram uma conversa com os alunos sobre a importância dos rios para a história e o meio ambiente da região.

"Acreditamos ter plantado uma semente na cabeça dos estudantes, tanto cultural quanto ambientalmente, este projeto promove o diálogo entre arte e meio ambiente", avalia Jess Lang.

As apresentações tiveram início no dia 18 de novembro na escola Marechal Arthur da Costa e Silva, com sessões às 7h30 e 13h30. No dia seguinte, foi a vez da escola Juscelino Kubitschek de Oliveira receber o evento nos mesmos horários.

"Foi uma experiência incrível poder compartilhar nossa música e conscientizar os alunos sobre a importância de preservar nossos rios", comentou Gus Ribeiro.

O documentário exibido nas escolas estará disponível em breve no canal do YouTube do Space Cat Beats, permitindo que mais pessoas conheçam o projeto e reflitam sobre a relação entre desenvolvimento urbano e preservação ambiental.

Sobre o EP "Katu Karu"

O EP, lançado no último dia 15 de novembro, está disponível em plataformas digitais como Spotify, Apple Music e Deezer. Com faixas inspiradas nos rios da região, o projeto é uma celebração da riqueza natural e um manifesto artístico em defesa do meio ambiente.

O projeto Música em Circuito que teve apoio da Lei Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), presta uma homenagem aos rios que atravessam a região de São Miguel do Oeste, destacando sua relevância ambiental. Os rios representados no EP fazem parte das bacias hidrográficas do Rio das Antas e do Rio das Flores, essenciais para o equilíbrio ecológico e o abastecimento de água da região.

Estas bacias hidrográficas são vitais para o abastecimento e a preservação ambiental no oeste catarinense, e o projeto busca despertar a conscientização sobre a importância de preservar esses cursos d'água, que são fontes de vida e parte fundamental da história e cultura local.

Colaboradores

O EP é resultado da colaboração entre os músicos Gus Ribeiro e Jess Lang, que uniram suas experiências em música eletrônica e produção experimental para criar um som que mescla elementos orgânicos e eletrônicos. Gus assina as guitarras e toca sintetizadores como o Moog, além de programar drum machines e fazer os vocais na faixa "Y Guamirim îub oîaba taba pe". Jess também contribui com sintetizadores, criando atmosferas envolventes que conectam o ouvinte à ideia de fluxo e movimento constante dos rios.

Mais do Que Música: Um Chamado à Preservação

Além da experiência musical, o projeto "Katu Karu" propõe uma reflexão sobre a preservação dos rios e dos ecossistemas locais. Ao destacar rios da bacia hidrográfica do Rio das Antas e do Rio das Flores, o projeto reforça a importância dessas águas para a biodiversidade e a sobrevivência das comunidades que dependem delas. A deterioração dos rios, simbolizada em faixas como "Y Guamirim îub oîaba taba pe", é um convite ao público para reconsiderar a relação entre desenvolvimento urbano e preservação ambiental.

As Músicas e o Conceito

"Yaguar Undy": Traduzido do tupi antigo como "gato - mourisco", esta faixa inicial explora o poder e a presença imponente do gato-mourisco, também conhecido como jaguarundi, que habita silenciosamente nossa região e é uma espécie vulnerável à extinção. Os principais inimigos do gato-mourisco são a caça ilegal e o desmatamento.

"Peperi-Guaçu": de origem guarani, significa "rio das grandes quedas", em referência às corredeiras encontradas no rio. Apesar de não pertencer ao município atualmente, um dia já fez parte do que era o território de São Miguel do Oeste e também um importante rio que faz a divisa do extremo oeste catarinense com os nossos vizinhos da Argentina.

"Camboim": Tem dois significados, um vem de caá-mboy, descreve o arbusto. A outra vem das corruptelas Cambuci, Cambuí e Cambuim, pode significar o vaso de água, o pote, o cântaro. Neste sentido Cambu-y pode ser realmente a fonte, o rio, local onde se bebe água. CAMBU - tem um significado próprio, de beber e Y, é quase sempre água, ou rio. 

Um rio de menor porte, mas essencial para a vida local. O rio Camboim é um recurso natural de grande relevância para o município de São Miguel do Oeste, sendo a principal fonte de abastecimento de água da cidade. 

"Y Guamirim îub oîaba taba pe": Esta faixa final representa o caminho do Rio Guamirim, que cruza a cidade, simbolizando o processo de degradação que os rios enfrentam ao se aproximarem da civilização. A faixa traz uma mensagem de alerta sobre a necessidade urgente de preservação das águas. Guamirim pode ser traduzido como fruta pequena

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