Os 10 anos de criação do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do rio Cubatão Norte, comemorados no domingo, dia 23 de novembro, marcam um tempo em que a questão do uso dos recursos hídricos, até então apenas uma preocupação comum a uma parcela da comunidade, passa ser o foco de um grupo de profissionais, representantes dos vários setores. Eles se debruçaram sobre a responsabilidade de gerenciar um dos mais preciosos bens da natureza, com base na política nacional de recursos hídricos, criada em 1997 e também na legislação estadual, que vigora desde 1994.
Com caráter consultivo e deliberativo, o Comitê instituído em 1998 por decreto do governo catarinense, começou a funcionar efetivamente em agosto de 2000, com a aprovação de seu regimento interno e integrou usuários da água, população, entidades da sociedade civil e órgãos do Governo Municipal, Estadual e Federal. O objetivo principal é o uso racional da água e, sobretudo, sua preservação. Desde o início, o grupo teve o apoio técnico-científico da Univille, através de um projeto de extensão criado exclusivamente para isso.
Desses anos, o Comitê tem muito de que se orgulhar. “Das seis ferramentas para gestão de recursos hídricos, cinco foram implementadas. Já temos o Plano Diretor, o enquadramento dos corpos d´água, as outorgas, enfim... Falta apenas a Agência de Águas, o órgão que será o gestor do sistema, e que depende de legislação estadual. Tem projeto pronto, mas, infelizmente, ainda está parado”, diz o presidente do Comitê, engenheiro José Mário Gomes Ribeiro.
O Comitê destaca o êxito alcançado em parceria com a Secretária de Estado do Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina que disponibilizou recursos por meio do FEHIDRO para a realização de diversas atividades.
Além da elaboração de pesquisas e diagnósticos que desembocaram no Plano de Manejo e que exigiram, inclusive, esquipamentos sofisticados e exclusivos, o Comitê atuou fortemente na mobilização da comunidade através da educação. Destaque para o projeto Cubatão Verde, envolvendo mais de 1.500 crianças de 25 escolas da região do Cubatão. Cartilhas educativas, palestras, cartazes com imagens de satélite da bacia e outras atividades, ajudaram as pessoas que lá vivem a conhecer melhor – e a valorizar – os recursos naturais da região. Tudo para que a água seja usada democrática, justa e racionalmente.