O secretário do Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina, Sérgio Silva lembra que a doação é resultado do protocolo de intenções assinado pelos governadores de SC, Eduardo Pinho Moreira e do RS, Germano Rigotto, em junho deste ano, consolidando a estrutura de um Plano de Ação exigido pelo BID. “Pela primeira vez SC e RS estão unidos na preservação de seus mananciais subterrâneos e superficiais, obtendo importantes resultados junto ao BID e através da troca de experiências”.
Os dois estados propuseram a preparação de um plano mestre para desenvolver a seção brasileira da bacia do Uruguai, como ponto de partida para um programa destinado a toda a bacia hidrográfica. O processo terá início com um diagnóstico da região, identificação de linhas estratégicas de ação e investimento, sistema de monitoramento e avaliação e um quadro institucional para implementar o plano. A ação visa guiar as atividades na bacia, principalmente para proteger seu papel na recarga do aqüífero Guarani, um dos maiores sistemas do planeta.
Com um volume de cerca de 40.000 km3 e uma velocidade de recarga total proveniente de precipitação de 166 km3/ano, este aqüífero é o maior reservatório de águas subterrâneas no mundo, capaz de suprir água potável por 200 anos, segundo Kleber Machado, chefe da equipe de projeto do BID. “Perto de 15 milhões de pessoas vivem na área do aqüífero Guarani e até 500 cidades se abastecem, parcial ou inteiramente, de suas águas.”
Três bacias hidrográficas fornecem águas de superfície que alimentam o aqüífero, a do Paraná, do Paraguai e do Uruguai. A bacia hidrográfica do Uruguai, com 371.000 quilômetros quadrados, é a mais importante pelo potencial de impacto sobre a conservação do aqüífero porque gera a maior parte da contaminação. É de grande importância econômica para o Brasil devido ao seu potencial hidrelétrico e papel no desenvolvimento agroindustrial.