Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do 

Rio Camboriú e Bacias Contíguas

Estudo inédito da entidade executiva do Comitê Camboriú mapeia a qualidade das Águas Subterrâneas da região Destaque

20/02/2024

Estudo inédito da entidade executiva do Comitê Camboriú mapeia a qualidade das Águas Subterrâneas da região

Análise das características e pontos mais vulneráveis vão apoiar a definição de novas políticas públicas para proteção das águas.
As águas subterrâneas ainda são pouco conhecidas e estudadas, apesar da sua importância no abastecimento das cidades, na irrigação, nas indústrias e no turismo. Em Santa Catarina, além do conhecido Sistema Aquífero Guarani, há outras reservas subterrâneas espalhadas por todo o estado. Na região do Rio Camboriú e suas bacias contíguas foram mapeados 50 cadastros de usuários de águas subterrâneas para os usos industrial, abastecimento público, consumo humano, criação animal, turismo e outros usos.

Para avaliar as características dos aquíferos, os riscos, possíveis indícios de contaminação, bem como a qualidade das águas, está em andamento um grande estudo sobre os aquíferos de Santa Catarina, realizado pelas entidades executivas dos Comitês de Bacia Hidrográfica com apoio do Governo do Estado. O estudo é descentralizado e na Região Leste está sendo conduzido pelo Instituto Água Conecta, Entidade Executiva do Comitê Camboriú.

Nas análises preliminares sobre a qualidade das águas subterrâneas, foram identificados níveis elevados de ferro em 5 poços e de manganês em 3 poços da região. Apesar dessa condição estar associada à geologia dos aquíferos, essas regiões merecem destaque, já que podem, inclusive, ocasionar restrições quanto aos usos da água, sendo necessário a continuidade dos estudos. Além disso, 1 poço apresentou elevada concentração de cloreto. Este ânion indica proximidade das fontes de contaminação e sua presença em águas naturais pode estar associada às atividades antrópicas.

Além disso, foram analisados os níveis de vulnerabilidade dos aquíferos, isto é, a relação entre suas características naturais, a profundidade da água subterrânea e a susceptibilidade à contaminação. As regiões sul e sudeste de Balneário Camboriú (faixa das praias agrestes), bem como o sudeste de Camboriú (bairros Centro, Cedros, Macacos e Santa Regina), apresentaram um alto nível de vulnerabilidade. Cabe salientar que essa vulnerabilidade é intrínseca às condições geológicas destes locais. Essas regiões representam 46% dos poços analisados.

Segundo a Dra. Camila Marcon Leite, especialista em Águas Subterrâneas e integrante da equipe responsável pelo estudo por meio do Instituto Água Conecta, “os resultados iniciais deste trabalho, apontam as regiões que requerem atenção devido à vulnerabilidade natural dos aquíferos e a possibilidade de contaminação. Associado a isso, estão sendo identificadas áreas de grandes demandas por água subterrânea. Ressalta-se a importância do fortalecimento da gestão integrada dos recursos hídricos subterrâneos considerando seus aspectos quali-quantitativos”.

Com os resultados deste estudo, espera-se que sejam definidas ações de prevenção, proteção e controle da poluição do solo e das águas subterrâneas no Estado. Tais informações também devem integrar o enquadramento dos corpos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú.

Preocupação com as águas subterrâneas cresce no mundo

Um novo estudo realizado pela Universidade da Califórnia e publicado pela Revista Nature, no dia 24 de janeiro, analisou 170 mil poços de águas subterrâneas nas duas últimas décadas em mais de 40 países, e constatou que em quase um terço dessas reservas houve uma redução acelerada de água doce.

A pesquisa apontou que, entre os anos 2000 e 2022, houve uma redução de meio metro do nível de água por ano em 12% dos aquíferos mapeados, enquanto em 36% foi identificada uma redução de 10 cm no nível de água no nível de água. Os dados analisados no período indicam uma aceleração na queda dos níveis de água subterrânea, por conta das mudanças climáticas e uso antrópico, que podem piorar e provocar a escassez de água em diversos países, prejudicando o abastecimento, uso na agricultura e outras atividades.

Em paralelo à divulgação desse estudo, no Brasil, também no dia 24 de janeiro, foi publicado no Diário Oficial da União, um acordo do país com a Argentina, Uruguai e Paraguai, que trata do uso compartilhado sustentável e proteção do Sistema Aquífero Guarani. Esta reserva de água subterrânea ocupa mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, em 8 estados  brasileiros, incluindo Santa Catarina, sendo considerada umas das maiores e mais importantes do mundo.

Mais informações:

Dra. Camila Marcon Leite
Engenheira Ambiental Especialista em Águas Subterrâneas
(19) 9 8361-9118 / O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Dra. Rubia Girardi
Presidente do Instituto Água Conecta, responsável pela condução do estudo sobre Águas Subterrâneas na Região Leste de Santa Catarina
47 99172-6472/ O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Miriam Amorim
Assessora de Comunicação do Instituto Água Conecta
(49)998053381 / O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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