O escritor José Antônio Pérsigo, da cidade de Concordia (Argentina) apresentou nesta quarta-feira, 05 de fevereiro, no Centro Cultural, Concórdia (SC), o livro “El Rio Bajo Agua”. A obra de vinte capítulos relata aspectos da situação do Rio Uruguai em comparação com décadas passadas, procurando mostrar efeitos da construção de represas ao longo dele. Uma das constatações se refere à diminuição da velocidade das águas que, segundo o autor, traz consequências tanto para a flora como para a fauna. “Há o desaparecimento de alguns peixes que não sobrevivem em lagos, como é o caso do Dourado” exemplificou.
O escritor argentino disse ainda que a comercialização da obra é para gerar fundos para continuar o trabalho de estudos sobre as condições do rio. Ele afirmou que uma das propostas existentes é para que Argentina, Uruguai e Brasil criem uma entidade administradora do rio que faça a gestão das águas de forma mais eficiente. “Hoje, o rio está sem uma administração. Ela seria importante para ajudar a manter as nascentes em boas condições. E com as nascentes em boas condições, temos a possibilidade de melhorar a qualidade de água”, disse.
De acordo com Pérsigo, o livro é resultado de um trabalho com a iniciativa do Fórum Permanente de Conservação e Uso Racional do Rio Uruguai e Aquífero Guarani, que tem apoio da União de Parlamentares do Mercosul. No Brasil, o autor está recebendo o apoio de pesquisadores da UFSC que estão participando, há dois anos, de uma expedição ao longo do Rio Uruguai. A navegação vai render um documentário para ser apresentado em Canais de TV do Brasil, Argentina e Uruguai. Neste semestre, o grupo fará a quarta e quinta viagem pelo rio. A ideia é imitar o trajeto percorrido pela embarcação espanhola Santiago que ingressou no Rio Uruguai há 500 anos a partir do Rio da Prata, na Argentina. No mês de agosto, com o apoio da universidade catarinense vão concluir a edição do material.
Em Concórdia/SC, o evento foi promovido pelo comitê rio Jacutinga em parceria com Amauc, Consórcio Lambari e UnC. A organização e mobilização ficou a cargo da Entidade Executiva ECOPEF.
