Comitê de Gerenciamento Bacia Hidrográfica do 

Rio Canoas

2020 foi marcado por adversidades e conquistas, segundo Diretoria do Comitê Canoas-Pelotas Destaque

18/12/2020

O ano de 2020 para o Comitê Canoas-Pelotas foi de mudanças e aprendizados. A pandemia do novo Coronavírus exigiu flexibilidade e adaptação; a estiagem – que iniciou em 2019 – se concretizou como uma situação delicada e problemática. Por outro lado, o colegiado exercitou a gestão de recursos hídricos e trocou experiências ao promover e participar de eventos importantes. Discutir e realizar tal gestão segue como o foco principal, independente das adversidades.

Covid-19 e adaptação

A pandemia de Covid-19 fez com que todos os colegiados tivessem que se comunicar de forma remota. Videoconferências passaram a ser base para as Assembleias Gerais e reuniões de Câmaras Técnicas (CT), exigindo adaptação de quem não possuía tanta experiência com computadores.

De acordo com a Presidente do Comitê Canoas-Pelotas, Brenda Ferreira Alves, as reuniões presenciais fizeram falta, mas os membros conseguiram se adaptar. “Todos tiveram que reforçar o esforço para estarem presentes. O benefício da experiência virtual, porém, é ver que mesmo assim priorizamos estarmos juntos e fazer nosso papel. Tivemos as discussões e diálogos necessários, assim como seria feito presencialmente”.

Eventos discutem recursos hídricos

O virtual também operou nos eventos dos quais o Comitê participou e promoveu ao longo de 2020. Destaca-se em todos os encontros a discussão recorrente acerca dos trabalhos no gerenciamento de recursos hídricos, seja em reuniões com outros colegiados e até mesmo em capacitações realizadas com outros comitês. A Água e como utilizá-la de forma responsável, sempre foi o foco principal.  

Uma das ocasiões mais importantes no ano e realizado de forma inédita até o momento, foi a Live “Crise Hídrica – Recursos Hídricos em Diversos Cenários”, feita em parceria com outros dois colegiados do Planalto Catarinense, o Comitê Timbó e o Canoinhas e Afluentes do Rio Negro. A Live contou com a fala de profissionais de diversas áreas, abordando a disponibilidade de água a partir de cenários como florestas plantadas e nativas, agricultura e pequenas centrais hidrelétricas (PCH’s).

“Cada evento realizado pelo comitê busca manter o conhecimento técnico, teórico e prático unido, para contribuir com as demandas do colegiado. Encontros em um formato fora da zona de conforto estimulam a curiosidade e agrega aprendizado. Estar na zona de conforto nos prende a padrões e consequentemente à uma rotina. Se temos a oportunidade de nos envolver com algo novo, que nos ajudará na gestão da Bacia, devemos abraçar e aproveitar a chance”, observa Brenda.

Unindo os Comitês de todo o estado de Santa Catarina, o Fórum Catarinense de Comitês de Bacias Hidrográficas também foi uma oportunidade de troca de informações e atualizações sobre os trabalhos de colegiados e entidades executivas. A reunião, realizada em setembro, deu espaço para os relatos de Entidades Executivas quanto às dificuldades e avanços para a implementação dos termos de colaboração, além da avaliação dos comitês acerca dos trabalhos desenvolvidos pelas Entidades. Também foi ponto de discussão a situação dos Planos de Bacia, sendo observado a retomada dos trabalhos da Secretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) sobre o Plano do Comitê Canoas-Pelotas. Entre outras oportunidades, o Comitê também participou do Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas e o Encontro de Entidades Executivas de Santa Catarina.

Atividades do Plano de Trabalho

Durante 2020, o Comitê realizou capacitações, Assembleias Gerais Ordinárias e Extraordinárias e reuniões de Câmaras Técnicas. Segundo a Consultora Técnica da APASC, Tatiana Arruda, apesar das dificuldades ocasionadas pela pandemia da Covid-19, os eventos ocorreram como previsto, necessitando apenas de alguns ajustes. “O balanço geral foi positivo. Houve dificuldade de reunir-se presencialmente, mas se contornou a situação e as reuniões virtuais tiveram os mesmos critérios das presenciais”.

Um dos destaques foi a eleição da nova diretoria do colegiado. De forma unânime, os membros definiram Brenda Ferreira Alves (Berneck S.A) como nova a Presidente, Altherre Branco Rosa (Associação Catarinense de Engenheiros e Arquitetos do Planalto Serrano - AEA), como Vice-presidente e João Maria Teles de Souza (Associação Lageana de Cultura e Arte Tradicionalista - Alcat), como Secretário Executivo. O mandato da nova diretoria será de dois anos, finalizando em 2022. A eleição seguiu as diretrizes da Resolução nº 19, de 19 setembro de 2017 do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), que define a extinção da escolha de uma comissão consultiva, anteriormente eleita com a nova diretoria.

No âmbito das capacitações, duas já foram realizadas pelo Comitê e mais uma está prevista para 2021. A primeira foi realizada no mês de agosto e abordou como se caracteriza o colegiado e como opera na gestão de recursos hídricos. A segunda, feita em conjunto com os Comitês Timbó e Canoinhas e Afluentes do Rio Negro, discutiu o Plano de Gerenciamento de Recursos Hídricos e Eventos Hidrológicos Críticos. Nessa última, participaram nomes importantes para a gestão de água, como o Vice-presidente do Comitê Antas, Anderson Rhoden, o Sargento Bombeiro da Defesa Civil de Canoinhas, Clodoaldo Ribas dos Santos e o Coordenador da Sala de Situação de Santa Catarina (ANA - EPAGRI), Guilherme Xavier de Miranda Junior.

Atualizações e alterações

O Regimento Interno do Comitê passou por alterações no início do ano. Destaque para a mudança do nome do colegiado, antes chamado de “Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Canoas - Comitê Canoas”, para “Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Canoas e dos Afluentes Catarinenses do Rio Pelotas - Comitê Canoas-Pelotas”. A atualização se dá em razão da ampliação da área de atuação do colegiado, se estendendo aos afluentes catarinenses do Rio Pelotas, em atendimento a Resolução do CERH nº 026/2018 (Divisão Hidrográfica Estadual).

Outra mudança foi o número de organizações membro que participam do comitê. Anteriormente, quarenta entidades eram definidas, mas o número diminuiu para trinta. A mudança já foi posta em prática durante o segundo semestre de 2020, com novas organizações sendo selecionadas através de Assembleias Setoriais Públicas. Vale lembrar: doze vagas são destinadas para o segmento da sociedade civil, doze para o de usuários de recursos hídricos e seis para o do poder público. De acordo com o Vice-presidente do Comitê, “Perdeu-se um quantitativo. Porém, com menos membros, a qualidade das discussões ficou mais elaborada”.

Os efeitos da estiagem

Logo no início do ano os problemas remanescentes de 2019 já foram sentidos, pois a estiagem ainda afetava todo o estado de Santa Catarina e a Serra não foi exceção. No início de 2020, municípios da região, como Celso Ramos, Abdon Batista e Cerro Negro, decretaram situação de emergência devido à falta de água. A escassez permaneceu durante todo o ano, com baixos índices pluviométricos e necessidade de cuidado e conscientização da população com o uso da água.

Em reflexo ao momento atípico, o colegiado agiu e criou a Câmara Técnica de Gestão e Eventos Hidrológicos Críticos, onde surgiu o projeto “Escassez 2020”, realizado pela UDESC e SEMASA e coordenado por um dos membros do Comitê, o professor universitário Silvio Luís Rafaeli Neto. O projeto avalia o impacto da estiagem na Bacia do Rio Canoas e nos Afluentes Catarinenses do Rio Pelotas e tem previsão de término no início de 2021.

No mês de novembro a chuva se fez mais presente. Segundo dados da EPAGRI/CIRAM, a tendência é, nos próximos meses, um nível pluviométrico mais perto do ideal, especialmente nos primeiros meses de 2021.

Balanço final

A Presidente do Comitê define 2020 como um ano cheio de desafios e adversidades. Porém, ela observa que mesmo entre turbulências, os resultados foram alcançados. “Podemos ficar felizes e realizados. Temos uma equipe técnica dedicada para auxiliar o colegiado em todos os questionamentos. Novos direcionamentos surgiram e conseguimos cumprir o proposto e levar informações pertinentes a todos”. A fala de Brenda encontra eco à do Vice-presidente Altherre, o qual vê evolução nos trabalhos. “O Comitê evoluiu bem neste ano. Ocorreram trabalhos, eleições e participações maiores dos membros”.

Para 2021 a expectativa da diretoria é, principalmente, iniciar o Plano de Bacia do Comitê. Para Altherre, é fundamental a concretização do documento. Com ele em mãos, os membros terão um norte para futuros trabalhos e maior efetivação do colegiado. “Não falo só por mim, mas tenho certeza que todos esperam conseguir iniciar o Plano de Gerenciamento de Recursos Hídricos, trazer capacitações cada vez mais importantes para a gestão de águas e ter esperança que em breve possamos nos reunir com todos, de forma presencial”, finaliza a Presidente Brenda.

Fonte: Assessoria de Comunicação APASC a serviço do Comitê Canoas-Pelotas.

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