Nos dias 7 e 8 de novembro, o Presidente e o Vice-Presidente do Comitê Chapecó e Irani, Clenoir Antonio Soares e Adir Faccio, participaram do Seminário Internacional sobre Rio Uruguai e Questões de Fronteira, realizado em Uruguaiana.
O evento buscou fortalecer a integração regional entre os países sul-americanos e do MERCOSUL (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai), com o objetivo de discutir questões transfronteiriças e o uso racional das águas do Rio Uruguai e do Sistema Aquífero Guarani, fomentando ações e acordos de cooperação internacional.
No dia 7, as palestras e debates focaram nas questões de fronteira e na integração do MERCOSUL, com ênfase em oportunidades de melhorias nas relações entre os países e no direito de livre circulação para cidadãos transfronteiriços.
No dia 8, as atividades se concentraram na preservação do Rio Uruguai, com destaque para a reafirmação do compromisso de cooperação entre Argentina, Brasil e Uruguai, especialmente entre os estados que compõem a Bacia do Rio Uruguai. Foi discutida também a gestão das águas e a possibilidade de criação de um Comitê Federal de Bacias Hidrográficas.
Participaram também do evento, representantes da FIESC e do 2º BPMA, organizações que integram o Comitê Chapecó Irani no mandato 2024-2028.
Para o coordenador-geral da Entidade Executiva Universidade do Contestando, do Grupo Uruguai-Oeste de Comitês de Bacias Hidrográficas, professor Jairo Marchesan, que também esteve presente no evento, o seminário atingiu os objetivos traçados. “Avalio que o evento atingiu os objetivos de aproximação de povos, sensibilização e possibilidades de ações proativas em prol da Bacia do Rio Uruguai”, avalia.
Segundo Marchesan, o encontro evidenciou a relevância de ações conjuntas para a preservação da Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai. “O evento mostrou a importância da necessidade de intervenções individuais, mas, acima de tudo, ações coordenadas e coletivas de cuidado ou de gestão integrada com os bens naturais (flora, fauna, ar, solos e águas). É preciso considerar que todos os elementos estão interligados, inclusive as atividades humanas. Neste contexto, é preciso considerar as conexões entre os elementos naturais e as ações ou intervenções humanas”, observa.
“Foi uma oportunidade de encontro entre pessoas interessadas pelas questões ambientais, mas, sobretudo, para que estas, possam ser multiplicadoras do debate sobre as águas da referida Bacia Hidrográfica, sejam por meio de discussões e conhecimentos na perspectiva de alcançar e sensibilizar outras esferas da sociedade do território da Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai. Afinal, tudo o que se faz no contexto da Bacia Hidrográfica, repercutirá na quantidade e qualidade ambiental, especialmente das águas”, completa o coordenador.
De acordo com informações da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Economia Verde-SEMAE, o território catarinense, situado na parte alta do Rio Uruguai e berço das suas nascentes mais distantes, desempenha um papel crucial na preservação dos recursos hídricos da bacia. Estes recursos são essenciais para a sustentabilidade econômica da região, que depende fortemente da água em setores como agroindústria, agricultura, comércio, indústria, turismo e geração de energia. A gestão responsável desses recursos é vital para assegurar o desenvolvimento sustentável, a proteção dos ecossistemas e a qualidade de vida da população local.
Ainda conforme a SEMAE, o seminário contou com a participação de representantes de diversas instituições e parlamentares dos países do Mercosul, sublinhando a natureza transnacional e colaborativa da iniciativa. A Bacia do Rio Uruguai, que se estende desde suas nascentes até a desembocadura no Rio da Prata, representa um sistema natural de gestão única e indivisível. Nesse contexto, o Rio Uruguai é reconhecido como o “rio da integração” entre Brasil, Argentina e Uruguai, promovendo uma visão compartilhada de preservação e uso sustentável dos recursos hídricos.