Xisto aqui não: mais de mil pessoas se reúnem em audiência pública em Papanduva (SC)
Autoridades, especialistas e comunidade se reuniram para abordar os principais riscos da extração de xisto e encontrar maneiras de barrar a exploração na região
O Comitê Timbó esteve presente na Audiência Pública onde mais de mil pessoas se reuniram em Papanduva (SC), sobre os impactos e riscos da exploração de xisto no Planalto Norte Catarinense. O evento foi uma iniciativa da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Santa Catarina e contou com a participação da comunidade da região, além de diversos especialistas e autoridades para discutir a possibilidade da extração.
O deputado proponente da audiência, Fabiano da Luz (PT), após receber informações da Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS), do Instituto Internacional Arayara e da Associação de Proteção da Bacia do Rio São João e da Bacia do Rio Papanduva (PRORIOS), iniciou o Fórum Parlamentar das Energias Renováveis, Proteção da Água e do Solo – lançado oficialmente na ocasião. “Já estamos com um projeto de lei proibindo a extração de xisto na região e queremos ouvir de perto o que a população pensa sobre esse modelo tão invasivo e prejudicial ao meio ambiente”, comenta Luz.
O prefeito de Papanduva (SC), Luiz Henrique Saliba (PP), conta que a expectativa é de que seja efetivamente barrada a exploração de xisto na região. “Além de prefeito, sou médico, e a possibilidade de riscos à saúde já deveria ser o suficiente para não implementarmos nada aqui”, conta.
“A grande preocupação é que essa extração trará prejuízos enormes para todos os cidadãos de todo nosso estado. Não se pode destruir a vida, as pessoas, em nome do desenvolvimento”, conta o deputado Padre Pedro (PT). “Me posiciono contra o xisto porque ele contamina enormemente as àguas e o planeta que nós temos o dever e a obrigação de cuidar”, complementa.
Para o deputado Silvio Dreveck (PP), o Planalto Norte é a única região que ainda contém espaço para ampliar a produção agrícola no estado. “Entre o alimento para fornecer à população e a exploração de xisto, obviamente eu defendo a agricultura, os agricultores. O xisto é algo que se explora e depois deixa diversos problemas para a economia e para o meio ambiente, não é possível ficar do lado deles”, explica Dreveck. “Eu acredito que o município não está preparado para esse tipo de extração. Não se deve trocar terra boa e arável, agricultável e produtiva por degradação”, pontua o deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB).
Fonte: https://naofrackingbrasil.com.br