Comitê de Gerenciamento Bacia Hidrográfica do 

Rio Tijucas

COMITÊ VENCE EDITAL PARA PESQUISA E SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL Destaque

14/09/2016

(*) William Wollinger Brenuvida

Estudos em áreas costeiras, marinhas, não costumam ser o alvo das pesquisas e ações dos comitês de bacias hidrográficas. Há certo preconceito formal alegando que um comitê de bacias deve estar adstrito ao campo dos recursos hídricos. O Comitê Tijucas-Biguaçu decidiu provocar o debate, e fez isso vencendo o edital do Instituto Linha D’água. O tema da pesquisa? “A importância dos elasmobrânquios para a qualidade dos ecossistemas marinhos a partir do conhecimento ecológico local”. Mas o que são elasmobrânquios, e qual é a relação com os pressupostos de um comitê de bacia hidrográfica?

A palavra elasmobrânquio é a união dos termos gregos elasmós (lâmina) e brágchia (brânquia, guelra), e designam tubarões e raias. Até a década de 1970, os cações-mangona ou tubarões-mangona foram pescados de modo exploratório, quase extintos do litoral catarinense. Os cações-mangona representam o equilíbrio das espécies marinhas na reserva e entorno da Ilha do Arvoredo, na Baía de Tijucas, alvos de pesquisas de diversos pesquisadores, também, como indicadores de qualidade da água que é despejada na Baía do Tijucas por meio dos rios que integram o comitê de bacias, principalmente: Tijucas, Porto Belo, Bombinhas, e Governador Celso Ramos.

A pesca artesanal, nos rios da região e na baía de Tijucas, ainda é a principal fonte de renda das famílias das cidades litorâneas catarinenses. Com este trabalho, o Comitê Tijucas-Biguaçu pode incentivar ainda mais programas de tratamento de água e esgotos na região. O município de Tijucas já conta com uma Estação de Tratamento de Eflluentes (ETE) que trata 60% dos esgotos da cidade de Tijucas. Outras cidades, ao longo do Rio Tijucas estão adotando a mesma prática, é o caso do Município de São João Batista, no Médio Vale do Rio Tijucas.

O Comitê Tijucas-Biguaçu tem em seu corpo técnico pesquisadores e profissionais capacitados no tema abordado. Entre estes profissionais estão: a professora Camila Búrigo Marin e o engenheiro Tiago Manenti Martins. Camila é mestre em Oceanografia Física, Química e Geológica pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande, e professora da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Tiago, por sua vez, tem formação em engenharia de Aquicultura, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O Comitê ainda vai contar com a bióloga Aline Luiza Tomazi, mestre em Biologia, pela UFSC.

É, sem dúvida, um salto de qualidade para o Comitê Tijucas-Biguaçu pensando no bem-estar e qualidade de vida da população da bacia hidrográfica. Denominado Projeto InforMAR pelos membros do comitê de bacias, este projeto vai ser realizado com o apoio e conhecimento ecológico local de pescadores artesanais da Baía de Tijucas.

O projeto prevê entrevistas, questionários e quatro seminários locais, além dos levantamentos de dados e informações para melhor sensibilizar a população da bacia hidrográfica frente aos desafios na preservação das espécies, garantindo a consolidação da política nacional de recursos hídricos. Só cuida da água aquele que compreende em que meio está inserido.

(*) William Wollinger Brenuvida é jornalista. Mestrando em Ciência da Linguagem com formação em Direito e Comunicação Social.

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