O mapa do Monitor de Secas referente a dezembro de 2021, em comparação com o mês anterior, novembro, apontou um aumento da área com seca extrema no Oeste de Santa Catarina, acréscimo da seca grave na parte central do Estado e, também, crescimento da seca fraca em parte do Leste. O motivo foi a chuva abaixo do esperado no mês de dezembro, especialmente nas regiões Oeste e Extremo Oeste, conforme já indicou a última edição do Boletim Hidrometeorológico. O mapa do monitoramento referente a dezembro foi divulgado nesta quarta-feira (19).
A metodologia utilizada pelo Monitor de Secas tem como resultado a indicação da seca relativa, ou seja, as categorias são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região, calculadas a partir de dados hidrometeorológicos associados a fatores como o desenvolvimento da vegetação e a disponibilidade de água nos rios, por exemplo. Com base nessa análise, os técnicos estimaram que os impactos da estiagem, em dezembro, seriam de curto prazo (C) no leste e de curto e longo prazo (CL) nas demais áreas de Santa Catarina.
Na Região Sul, devido às chuvas abaixo do esperado para o período, também houve o avanço da seca moderada no nordeste, centro-oeste e sul do Rio Grande do Sul, além do aumento das áreas com seca grave nos três estados da região, com destaque para o Paraná.
O Monitor de Secas é um processo de acompanhamento regular e periódico da situação da seca, cujos resultados consolidados são divulgados mensalmente por meio do Mapa do Monitor. O programa é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e, em Santa Catarina, é realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), por meio da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Sema), em parceria com a Epagri/Ciram.
Previsão e medidas de mitigação
A previsão é que pelo menos até o final do verão as chuvas permaneçam irregulares e abaixo da média histórica em boa parte do Estado. O assunto foi abordado na reunião da Sala de Crise da Região Sul, articulada pela ANA, na última terça-feira (18). Conforme o gerente de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos da Sema, Vinícius Tavares Constante, que participou do encontro, os dados apresentados por meteorologistas de diferentes órgãos apontam para a manutenção da seca nos próximos meses, em algumas regiões catarinenses.
O secretário executivo do Meio Ambiente, Leonardo Porto Ferreira, lembra que a estiagem tem atingido vários Estados em intensidade diferente. A situação mais grave é no interior de São Paulo, parte do Triângulo Mineiro e nordeste do Mato Grosso do Sul que, pelo mapa divulgado, permanecem com registro de seca excepcional. “O governo de Santa Catarina tem agido para amenizar os impactos da falta de chuva, especialmente no Oeste e Extremo Oeste. O destaque é o Programa SC Mais Solo e Água, que deverá investir pelo menos R$ 350 milhões até o fim do próximo ano em medidas de resiliência hídrica”, comenta. Ele também destaca a importância do monitoramento, que tem permitido ao Estado criar um banco de dados de suporte às políticas públicas.
O mapa do Monitor de Secas, divulgado nesta quinta-feira (15/07), mostra um recuo da seca extrema no Oeste de Santa Catarina em junho, em comparação com o mês anterior, maio. Como já registrado pelo Boletim Hidrometeorológico Integrado, isso se deve às chuvas acima da média climatológica em boa parte do Estado durante o mês de junho. Também houve recuo das secas fraca e moderada no Sul e Leste catarinense.
Embora os dados de junho sejam animadores, a perspectiva para o próximo trimestre é que a seca volte a se intensificar no Estado. Conforme divulgado no Boletim Hidrometeorológico Integrado, a previsão para o trimestre de julho, agosto e setembro indica que a precipitação seja próxima ou pouco abaixo da média na metade Oeste e próxima ou pouco acima na metade leste de Santa Catarina, sendo mal distribuída e intercalada com períodos mais longos sem chuva.
Por isso, têm-se perspectiva da permanência e possível retorno do agravamento da estiagem hidrológica, caso seja confirmada a previsão.
O Monitor de Secas
O Monitor de Secas é um processo de acompanhamento regular e periódico da situação da seca, cujos resultados consolidados são divulgados, mensalmente, por meio do Mapa do Monitor de Secas. Atualmente, o Monitor conta com a Agência Nacional de Águas como instituição responsável pela coordenação ao nível federal. Em Santa Catarina, o projeto é desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), por meio da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Sema), em parceria com a Epagri/Ciram.
Confira a síntese completa do Monitor de Secas AQUI.