Comitê de Gerenciamento Bacia Hidrográfica do 

Rio Urussanga

Biodiversidade é essencial para sobrevivência humana e equilíbrio da saúde pública

22/05/2019

No Dia Internacional da Biodiversidade (22 de maio), conheça a situação na área da bacia do rio Urussanga e a relação do tema com a saúde pública

A diversidade de ecossistemas, espécies e genética dentro de cada espécie formam a biodiversidade. O dia 22 de maio é uma data internacional dedicada a este tema e recordada pelo Comitê da Bacia do Rio Urussanga. De acordo com o biólogo, professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UNESC, Robson dos Santos a espécie humana depende da diversidade biológica para a sua sobrevivência.

“As necessidades básicas dos povos, dependem diretamente de recursos biológicos. O Brasil detém a maior diversidade biológica e genética do mundo, que está diretamente ligada a um extenso patrimônio cultural intrínseco aos povos que tradicionalmente habitam os ecossistemas e que fazem uso da biodiversidade”, comenta.

Robson destaca que contrário à conservação da biodiversidade está a fragmentação de habitat, principal fator que desencadeia a diminuição. “Geralmente essa fragmentação ocorre pelo desmatamento em função da agropecuária intensiva, o que poderá comprometer a produção de alimentos e o próprio desempenho do setor no futuro, causado pelo uso de um número restrito de espécies no cultivo e produção de alimentos. Nesse sentido, necessita-se implementar práticas de agricultura orgânica, manejo integrado de pragas, agricultura de conservação, gestão sustentável do solo e da floresta, conciliação da agricultura com a silvicultura e restauração ecológica de ecossistemas”, explica.

A segunda ameaça a biodiversidade é a introdução de espécies exóticas invasoras. “Essas espécies podem reproduzir-se excessivamente, competir com as espécies nativas e, portanto, podem provocar a extinção de espécies nativas, afetando diretamente o equilíbrio do ecossistema. Um dos impactos diretos desse desequilíbrio é a extinção de polinizadores, como por exemplo, abelhas, borboletas, morcegos e aves, que atuam no equilíbrio ecológico e na reprodução de espécies vegetais, o que vem diminuindo a produção de alimentos pela falta de agentes polinizadores. Ainda mais grave é o caso das abelhas e demais insetos que estão desaparecendo por causa do uso de inseticidas. Esses animais são responsáveis por cerca de 75% da polinização agrícola mundial. Na região carbonífera de Santa Catarina são responsáveis por aproximadamente 93% da polinização das árvores nativas”, pontua. 

IMPACTOS DA MINERAÇÃO

O biólogo e Mestre e Doutor em Ciências Ambientais, Guilherme Alves Elias ressalta que na área da bacia do rio Urussanga os impactos da mineração provocaram mudanças na terra, água e ar, que estão associados, direta ou indiretamente, ao local de lavra. “Os impactos diretos incluem morte da biota, enquanto os impactos indiretos incluem mudanças na ciclagem de nutrientes, na biomassa total, na biodiversidade e na estabilidade dos ecossistemas, em virtude das alterações no lençol freático e na disponibilidade e qualidade da água superficial”, salienta.

COBERTURA FLORESTAL NATIVA EM BAIXA

Nos municípios inseridos na bacia do rio Urussanga, conforme Inventário Florestal Nacional (2018), existem variações significativas na cobertura da Floresta Ombrófila Densa. Os municípios de Pedras Grandes, Urussanga e Cocal do Sul possuem cobertura florestal nativa significativamente maior, acima de 20%, enquanto Criciúma, Treze de Maio, Morro da Fumaça, Içara, Jaguaruna, Balneário Rincão e Sangão estão com valores aquém do necessário para a preservação das florestas nativas, entre 7 e 0%.

“A degradação dos ecossistemas, a fragmentação de habitats, a extinção de espécies e a perda de variabilidade genética reduzem a oferta dos serviços ecossistêmicos que beneficiam os seres vivos, especialmente o homem. Precisamos entender os impactos que causamos aos ecossistemas na realização de nossas atividades e entender nossa dependência desses serviços. É imperativo que a espécie humana entenda a importância de cada espécie para o planeta e entenda que a extinção de qualquer espécie afeta diretamente as demais e especialmente a nossa vida”, frisa.

CASO DE SAÚDE PÚBLICA

As mudanças climáticas propiciam a expansão de doenças transmitidas por mosquitos como dengue, chicungunha e febre amarela, entre outras. Aliado a isso, o desmatamento também contribui para a expansão dos mosquitos, causada pela fragmentação de seu habitat. De acordo com o gerente regional de saúde, Fernando De Faveri a causa do aumento do número de Aedes Aegypti está relacionada ao meio ambiente. “Controlamos o número de vetores no meio a fim de diminuir o risco de transmissão da doença. A qualidade dos recursos hídricos da região Carbonífera não é boa, como já sabemos. Os efeitos colaterais sentidos na sociedade advindas dessa contaminação, já foram relacionados em vários estudos. Outro problema relacionado a bacia do rio Urussanga, é a falta de saneamento básico crucial para evitar a contaminação dos recursos com os efluentes de humanos, fonte de infecção de várias doenças de veículo hídrico”, comenta.

Para De Faveri, a perda da biodiversidade não só degrada os recursos hídricos como desestabiliza o equilíbrio ecológico entre os animais, aumentando o número de animais sinantrópicos e que transmitem doenças.

No Dia Internacional da Biodiversidade (22 de maio), conheça a situação na área da bacia do rio Urussanga e a relação do tema com a saúde pública
A diversidade de ecossistemas, espécies e genética dentro de cada espécie formam a biodiversidade. O dia 22 de maio é uma data internacional dedicada a este tema e recordada pelo Comitê da Bacia do Rio Urussanga. De acordo com o biólogo, professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UNESC, Robson dos Santos a espécie humana depende da diversidade biológica para a sua sobrevivência.
“As necessidades básicas dos povos, dependem diretamente de recursos biológicos. O Brasil detém a maior diversidade biológica e genética do mundo, que está diretamente ligada a um extenso patrimônio cultural intrínseco aos povos que tradicionalmente habitam os ecossistemas e que fazem uso da biodiversidade”, comenta.
Robson destaca que contrário à conservação da biodiversidade está a fragmentação de habitat, principal fator que desencadeia a diminuição. “Geralmente essa fragmentação ocorre pelo desmatamento em função da agropecuária intensiva, o que poderá comprometer a produção de alimentos e o próprio desempenho do setor no futuro, causado pelo uso de um número restrito de espécies no cultivo e produção de alimentos. Nesse sentido, necessita-se implementar práticas de agricultura orgânica, manejo integrado de pragas, agricultura de conservação, gestão sustentável do solo e da floresta, conciliação da agricultura com a silvicultura e restauração ecológica de ecossistemas”, explica.
A segunda ameaça a biodiversidade é a introdução de espécies exóticas invasoras. “Essas espécies podem reproduzir-se excessivamente, competir com as espécies nativas e, portanto, podem provocar a extinção de espécies nativas, afetando diretamente o equilíbrio do ecossistema. Um dos impactos diretos desse desequilíbrio é a extinção de polinizadores, como por exemplo, abelhas, borboletas, morcegos e aves, que atuam no equilíbrio ecológico e na reprodução de espécies vegetais, o que vem diminuindo a produção de alimentos pela falta de agentes polinizadores. Ainda mais grave é o caso das abelhas e demais insetos que estão desaparecendo por causa do uso de inseticidas. Esses animais são responsáveis por cerca de 75% da polinização agrícola mundial. Na região carbonífera de Santa Catarina são responsáveis por aproximadamente 93% da polinização das árvores nativas”, pontua.
O biólogo e Mestre e Doutor em Ciências Ambientais, Guilherme Alves Elias ressalta que na área da bacia do rio Urussanga os impactos da mineração provocaram mudanças na terra, água e ar, que estão associados, direta ou indiretamente, ao local de lavra. “Os impactos diretos incluem morte da biota, enquanto os impactos indiretos incluem mudanças na ciclagem de nutrientes, na biomassa total, na biodiversidade e na estabilidade dos ecossistemas, em virtude das alterações no lençol freático e na disponibilidade e qualidade da água superficial”, salienta.
Nos municípios inseridos na bacia do rio Urussanga, conforme Inventário Florestal Nacional (2018), existem variações significativas na cobertura da Floresta Ombrófila Densa. Os municípios de Pedras Grandes, Urussanga e Cocal do Sul possuem cobertura florestal nativa significativamente maior, acima de 20%, enquanto Criciúma, Treze de Maio, Morro da Fumaça, Içara, Jaguaruna, Balneário Rincão e Sangão estão com valores aquém do necessário para a preservação das florestas nativas, entre 7 e 0%.
“A degradação dos ecossistemas, a fragmentação de habitats, a extinção de espécies e a perda de variabilidade genética reduzem a oferta dos serviços ecossistêmicos que beneficiam os seres vivos, especialmente o homem. Precisamos entender os impactos que causamos aos ecossistemas na realização de nossas atividades e entender nossa dependência desses serviços. É imperativo que a espécie humana entenda a importância de cada espécie para o planeta e entenda que a extinção de qualquer espécie afeta diretamente as demais e especialmente a nossa vida”, frisa.
CASO DE SAÚDE PÚBLICA
As mudanças climáticas propiciam a expansão de doenças transmitidas por mosquitos como dengue, chicungunha e febre amarela, entre outras. Aliado a isso, o desmatamento também contribui para a expansão dos mosquitos, causada pela fragmentação de seu habitat. De acordo com o gerente regional de saúde, Fernando De Faveri a causa do aumento do número de Aedes Aegypti está relacionada ao meio ambiente. “Controlamos o número de vetores no meio a fim de diminuir o risco de transmissão da doença. A qualidade dos recursos hídricos da região Carbonífera não é boa, como já sabemos. Os efeitos colaterais sentidos na sociedade advindas dessa contaminação, já foram relacionados em vários estudos. Outro problema relacionado a bacia do rio Urussanga, é a falta de saneamento básico crucial para evitar a contaminação dos recursos com os efluentes de humanos, fonte de infecção de várias doenças de veículo hídrico”, comenta.
Para De Faveri, a perda da biodiversidade não só degrada os recursos hídricos como desestabiliza o equilíbrio ecológico entre os animais, aumentando o número de animais sinantrópicos e que transmitem doenças.

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