Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio das

Antas, Bacias Hidrográficas Contíguas e Afluentes

Catarinenses do Rio Peperi-guaçu

EPAGRI ORIENTA PRÁTICAS DE RESERVAÇÃO DE ÁGUA NO EXTREMO OESTE Destaque

23/10/2020
 

EPAGRI ORIENTA PRÁTICAS DE RESERVAÇÃO DE ÁGUA NO EXTREMO OESTE

 

Texto escrito por Clístenes Antônio Guadagnin - Representante Titular pela Epagri e Secretário Executivo do Comitê Antas.

 

Novamente os temas falta de água, poucas chuvas, cisternas, poços artesianos, recursos hídricos e estiagem estão mais frequentes. Sabemos que o Extremo Oeste é a região de Santa Catarina com o maior histórico de estiagens registradas nos últimos 30 anos no Estado, que as previsões são de chuvas abaixo da média com distribuição irregular e que há chance de estiagens regionalizadas entre o fim da primavera e decorrer do verão conforme o Instituto Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA), que manteve o cenário de La Niña em andamento, o que significa conviver com pouca chuva no Sul do Brasil. Diante deste cenário, a Epagri orienta práticas para conservar e aumentar a disponibilidade hídrica na agropecuária, como medida de prevenção contra os efeitos de possíveis estiagens, visto que convivemos frequentemente com elas e devemos lidar adequadamente com essa questão.

A reservação de água é a medida mais importante na agropecuária, pois o histórico de chuvas da região está entre 1800 a 2200 mm, o que significa em média, 2000 litros de água por metro quadrado de área. Portanto guardar água da chuva em cisternas e principalmente no solo, que é o maior reservatório de água do planeta, é a prática mais eficiente, barata e inteligente, praticada pela humanidade desde a antiguidade. Porém, ainda vemos essa enorme quantidade de chuvas sendo desperdiçada, na maioria das vezes porque ainda existe o manejo inadequado do solo com grades e arados, a falta de consciência com a conservação do solo com a presença da temida camada compactada de solo que impede a infiltração e o armazenamento da água, o pouco enraizamento das plantas, a ganância e falta de planejamento e gestão significam prejuízos com sérias consequências para todos.

Cultivar o solo seguindo os fundamentos da agricultura conservacionista, cuidar do solo, guardar água e preservar o meio ambiente, as matas nativas são práticas que fazem toda a diferença para minimizar efeitos de adversidades climáticas sobre a produção agropecuária. Seguir os três princípios da agricultura conservacionista: 1) reduzir ou eliminar as operações de movimentação de solo; 2) manter os resíduos culturais na superfície do solo; e 3) diversificar espécies, em rotação, consorciação e/ou sucessão de culturas é o diferencial de quem deseja obter alta rentabilidade com menos riscos.

Praticar a gestão dos recursos hídricos significa cuidar da quantidade e qualidade das águas, especialmente superficiais, que existem em abundância no Extremo Oeste, mas estão sob grande risco de redução do volume e contaminações diversas. Em relação às águas subterrâneas o Índice de Criticidade de Recursos Hídricos (SDE/SC, 2006) indicava situação preocupante devido às extrações clandestinas, com comprometimento da disponibilidade de 43,25 e 233,46% para as bacias hidrográficas dos Rio das Antas e Peperi-Guaçu, consecutivamente. O Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio das Antas, bacias contíguas e afluentes catarinenses do Rio Peperi-Guaçu, com 1.096 poços tubulares profundos cadastrados, uma tendência de decréscimo das vazões com o aumento da profundidade dos poços, além de potenciais riscos de contaminação. O necessário cadastro de usuários de águas é a garantia de oferta de água e conhecer o perfil de consumo dos recursos hídricos.

Conservar e recuperar as matas ciliares, praticar a adequação ambiental e recuperar áreas degradadas das propriedades de acordo com a legislação ambiental, diversificar e manter o solo com plantas vivas e mortas o ano todo visando aumentar a matéria orgânica do solo, resgatar os terraços agrícolas, realizar cultivos em contorno, e acima de tudo reservar água para períodos de escassez são práticas muito conhecidas da grande maioria das famílias agricultoras de Santa Catarina para minimizar riscos e garantir qualidade de vida. Os extensionistas e pesquisadores da Epagri estão à disposição para orientar sobre as melhores práticas de manejo e conservação do solo e da água, auxiliar no planejamento e gestão para os processos de tomada de decisão em busca da sustentabilidade.

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