Membros do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão, representantes de órgãos ambientais, estudantes e pessoas da comunidade participaram da capacitação “A importância da Mata Ciliar na Bacia do Rio Cubatão”, realizada nesta quinta-feira (26/10), no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Águas Mornas.
O evento iniciou com as boas-vindas da presidente do Comitê Cubatão, Sandra Eliane Michel. Em seguida, a bióloga Aline Luiza Tomazi falou sobre as áreas de preservação permanente, o novo Código Florestal Federal e o Cadastro Ambiental Rural. Também foi realizada uma dinâmica mostrando o cenário ideal de vegetação no entorno das nascentes, rios e cursos d’água e explicado como pode ser feita a recomposição vegetal. Ainda foi abordada a relação da mata ciliar com a ecologia. “As formações florestais da mata ciliar fornecem alimentos para a fauna aquática e terrestre, além de serem de extrema importância para a reprodução das espécies”, afirma a bióloga.
Já o engenheiro sanitarista e ambiental, Filipe Viezzer da Silva, falou sobre hidrologia e mata ciliar, exemplificando a importância dos componentes do ambiente fluvial entre eles canal, planície de inundação, sedimento, vegetação, grandes troncos, detritos orgânicos e lençol freático. Segundo ele, o cultivo muito próximo às margens, o pastejo, o roçamento e queimada do solo em áreas de mata, o tráfego excessivo de veículos, além da mineração inadequada são alguns dos obstáculos à saúde das matas ciliares. “Evitando este tipo de ações é que teremos uma área ripária saudável, com qualidade e quantidade de água, alimento animal, habitat aquático e de animais silvestres, valor recreacional, além de beleza estética,” enfatiza Filipe.
Outro assunto abordado na capacitação foi a Política de Pagamento por Serviços Ambientais e o Programa Produtor de Água. “Estamos com três iniciativas no estado para implantação do programa: em São Bento do Sul, em São Francisco do Sul e no fim do ano vamos lançar o edital para a Bacia do Rio Cubatão. Vamos elaborar um planejamento estratégico com diagnóstico das regiões e planos de ação para levantar as áreas que precisam ser conservadas e as áreas que precisam ser restauradas,” explica Jaqueline de Souza, gerente de projetos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Sustentável.
Na parte da tarde o grupo fez uma visita técnica à propriedade de Roberto Hinkel, na localidade de Santa Cruz da Figueira, em Santo Amaro da Imperatriz. Os participantes visitaram dois pontos do Rio Cubatão, um com área em recuperação e outro com área preservada. Eles preencheram um roteiro de avaliação de curso d’água levando em consideração características e sedimentos do fundo do rio, ocupação das margens, erosão, lixo, alterações no canal, esgoto doméstico ou industrial, oleosidade na água, plantas aquáticas, animais e odor na água. O estudo será utilizado para avaliar a qualidade dos cursos d’água e rios.
Por Rokelly Pierozan, jornalista
